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"Elite branca" ataca com Fernando Henrique Cardoso

Política é coisa de profissional. A turma do PSDB, ou seja, a “elite branca”, comandou o Brasil por 502 anos, até Lula se eleger em 2002. O partido dos trabalhadores no poder há 12 anos teve tempo suficiente para aprender a governar. Desde a fundação do PT, Lula e seus correligionários se profissionalizaram em fazer oposição. Portanto, Lula, Dilma e o PT conhecem bem os dois lados da moeda. A queda da Dilma nas pesquisas depois da Copa do Mundo, quando perdemos para a Alemanha pelo placar de 7x1, aguçou os gênios da publicidade do Partido dos Trabalhadores, no sentido de encontrar o mote da campanha, para impedir a ascensão da candidatura de Aécio Neves rumo ao Palácio do Planalto. O cenário escolhido foi a Arena do Itaquerão na abertura da Copa e o Maracanã no encerramento do torneio internacional, comandado pelo Joseph Blatter, presidente da FIFA. Em ambos, Dilma Rousseff foi flagrantemente vaiada. O PT, que tem a máquina da comunicação em suas mãos, espalhou aos quatro ventos, que a vaia foi da "elite branca" que pagou até R$ 20 mil reais para assistir uma partida de futebol.

Aos poucos, a turma dos sindicatos Brasil afora, ajuda o povo a entender, que a “elite branca” é a turma do playboy do Rio de Janeiro, o senador mineiro e presidenciável tucano, Aécio Neves. Nesse sentido, os marqueteiros de Aécio orientaram Luciano Huck, para dizer na televisão, que esquecer a carteira de motorista em casa é a coisa mais comum do mundo. Isto porquê, Aécio foi preso certa vez em Copacabana, dirigindo alcoolizado e sem carteira de motorista.

O PSDB que escondeu FHC nos últimos doze anos, agora resgata o sociólogo e por meio de uma longa entrevista na ISTO É, o transforma no maior cabo eleitoral do neto de Tancredo Neves. Os marqueteiros do PSDB sabem que Aécio enfrentará a oposição de quem sabe fazê-la. O PT de Lulinha Paz e Amor, que agora está no ringue ao lado de Dilma, certamente usará todas as armas e, no ringue, vale tudo!

Na entrevista concedida por FHC, ele fala do jeitão da Dilma, que nas entrelinhas, o sociólogo bom de gogó, sugere que a presidenta não tem o apoio das feministas, dos machistas e muito menos dos evangélicos. FHC é um craque no jogo de palavras, principalmente nas questões subliminares. Na questão econômica, todos sabemos que ele herdou o Plano Real de Itamar Franco, e faz de conta que é o pai da criança. A campanha ao que tudo indica, será a disputa da estabilidade econômica de seu governo, baseada no Plano Real, contra o Bolsa Família, do PT. O sociólogo bate duro no pibinho do governo do PT e diz que, para governar é preciso ter sorte e, no momento, a sorte está contra a Dilma, pois, o PIB não vai crescer num momento de crise econômica mundial.

Para os mais humildes, FHC se faz entender por meio de chavões como: “O Bolsa Família é menor que o bolso. Para as classes populares, a vida está cara e, para a classe média também!”, afirma o ex-presidente. E mais: “A inflação chega a 10%”, acrescenta.

Na tentativa de puxar a sardinha para o lado da "elite branca", que é a verdadeira oposição ao PT, FHC critica a mídia e diz que nos EUA, a televisão dá espaço para o governo e oposição. Aqui, a televisão é muito governo, diz: “A televisão brasileira é esporte, crime, um pouquinho de internacional e muito Governo”, arrematou.

Quando foi Governo, o sociólogo reconhece descaradamente, que a TV só publicava o que ele mandava. Agora que é oposição, o cabo eleitoral de 83 anos, quer mídia farta para o presidenciável enrolado com o aeroporto do tio-avô em Minas Gerais. Apesar de Aécio ser considerado em todo o país, um playboy carioca, o sociólogo afirma com todas as letras que eles vão ganhar no Rio de Janeiro,onde a fama não é boa. Segundo o ex-presidente, eles vão dar um banho de votos no Sul e que lá na Bahia, o ACM Neto garantirá a vitória tucana, apesar do poder inquestionável de Jaques Wagner. Nesse sentido, todo mundo sabe que o PT cresce no final e, lá na Bahia a candidatura de Rui Costa (PT) já começa a decolar e ameaça o favoritismo de Paulo Souto (DEM). Significa portanto, que Dilma vai crescer muito. Paulo Souto embargou a pesquisa da Vox Populi, que mostra o crescimento do PT. O DEM inclusive, ameaçou Marcos Coimbra com uma multa de 300 mil reais. Se brincar, o dono do Vox Populi pode até ir parar atrás das grades.É o estilo da campanha tucana. Como se vê, os peessedebistas estão jogando pesado. Lá em Pernambuco, FHC disse que a briga com a Dilma ficará por conta de Eduardo Campos. O entusiasmo do sociólogo é tão grande, que comemora a rasteira dada pelos tucanos no PT do Ceará, quando Tarso Genro do PSDB, se uniu com o PMDB de Eunício. A traição de Eunício poderá custar caro no final. Fernando Henrique Cardoso, representante mor da "elite branca", usa o seu conhecimento intelectual para dialogar com a negritude e se diz conhecedor profundo das questões raciais no país. Entretanto, os livros que escreveu sobre o tema: Capitalismo e escravidão no Brasil meridional: o negro na sociedade escravocrata do Rio Grande du Sul e Negros em Florianópolis: relações sociais e econômicas; não fizeram sucesso nem aqui no Brasil e muito menos no exterior. Foram divulgados no meio acadêmico, mas não tiveram a receptividade esperada e, ficaram nas prateleiras das livrarias Brasil afora. Os loiros de olhos azuis não se interessaram pelo tema. Os negros que conhecem a questão racial leram e não gostaram. Vale lembrar, que FH pisou na bola em outros momentos relacionados com a negritude brasileira. Uma delas foi o relacionamento de amizade que ele tinha com o showman e cantor, Wilson Simonal, principalmente nas noites de boemia no badalado bairro parisiense de Montmarte. Nesta época, FH era o exilado brasileiro e boa vida na França. Quando Simonal procurou o presidente Fernando Henrique para ajudá-lo a mostrar aos brasileiros, que ele tinha sido vítima da fama de dedo-duro, o ex-presidente virou-lhe as costas. O habeas data solicitado por Simonal ao amigo presidente, só saiu após a morte do artista e com interferência deste repórter, junto ao ministro da Justiça, Iris Rezende. O habeas data foi liberado pelo extinto Serviço Nacional de Informações. Outro acontecimento envolvendo o representante da "elite branca" e a comunidade negra, foi o caso Osvaldo Ribeiro. Na sua campanha para o Senado, FHC tinha como suplentes, a socióloga Eva Blay e o afrodescendente Osvaldo Ribeiro. O sociólogo prometeu que daria dois anos de mandato aos suplentes. Estive diversas vezes com Osvaldo Ribeiro no gabinete de FHC, quando ele estava prestes a ser Ministro das Relações Exteriores de Fernando Collor de Melo, quando foi impedido por Mário Covas. Naquela ocasião, ele prometeu ao Osvaldo, negociar com a Eva Blay, e dividir o restante de seu mandato entre os dois suplentes. Ao assumir o Itamarati no governo de Itamar Franco, FHC nunca mais atendeu telefonema de seu suplente, o negão Osvaldo Ribeiro. Eva Blay assumiu o mandato e sequer recebia o militante do movimento negro de São Paulo. Outra questão que intrigou o Movimento Negro Brasileiro com o ex-presidente, trata-se do dia em que ele declarou ao país que é "mulatinho e tem um pé na cozinha". O Movimento Negro considerou racista a posição do ex-presidente, que no seu entendimento, o negro ainda continua na cozinha e, vai demorar muito a chegar à sala de visitas.

Tudo indica que a campanha de Aécio, no que se refere a questão racial, vai perder ponto com o discurso de Fernando Henrique, atacando de "elite branca".

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