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O tiro no pé do socialista Roberto Freire

Por: Walter Brito


Eliana Pedrosa e Roberto Freire

O presidente do PPS nacional, Roberto Freire, não tem nenhuma semelhança com Carlos Lacerda e muito menos com Getúlio Vargas, mas, pode ter dado um tiro no pé. Ele interveio de forma abrupta no PPS de Brasília e destituiu sua presidenta, a deputada distrital pelo PPS, Eliana Pedrosa. Eliana fez acordo com o PR de Brasília, pelo qual o ex-governador José Roberto Arruda será candidato ao GDF, oportunidade em que convidou a socialista para ser sua vice. Ela discursou no dia 30/06 como candidata a vice de Arruda. O fato, foi divulgado pela imprensa brasiliense e nacional, inclusive, como a grande novidade da política candanga. Ontem, dia 01 de Julho, o ex-comunista Roberto Freire afirmou que não aceitará a coligação do PPS com o PR em Brasília, fundamentado em uma resolução aprovada pela legenda em fevereiro deste ano, que vetava qualquer tipo de aliança com grupos que integrem a coligação do PT à Presidência da República. Neste sentido e, segundo uma fonte muito bem informada do Palácio do Buriti, o doutor Roberto Freire já fez coisa parecida. Segundo a fonte, na época do famoso caso “Carlinhos Cachoeira”, quando foram envolvidos os governadores Agnelo Queiroz de Brasília e Marconi Perillo de Goiás, ele exigiu que o presidente do PPS, Alírio Neto, e, toda a cúpula do partido abandonasse o Governo. Foi aí que Alírio trocou o PPS pelo PEN. Em contrapartida, lá em Goiânia, o secretário de cultura do PPS, Gilvane Felipe, continuou no Poder. A fonte afirma ainda que, dias depois do ocorrido em Brasília, o presidente nacional do PPS fez as pazes com o governador Agnelo e voltou a ter trânsito livre no Palácio do Buriti.

Tudo indica que a resolução do PPS não foi cumprida na íntegra, pois, no Rio de Janeiro, o PMDB de Michel Temer fez acordo com o PPS do doutor Freire. Como se vê, o doutor Roberto Freire e seus advogados estão querendo aplicar dois pesos e duas medidas para o mesmo fato, ou seja, para o PPS do Rio, tudo. Para o PPS de Brasília, nada!

Portanto, se o justíssimo Roberto Freire abriu precedente para a coligação do PMDB e PPS no Rio, qual o fundamento jurídico que ele e seus advogados usaram para impedir, que Eliana seja vice de Arruda? E mais, não se dando por satisfeito, o socialista indicou o interventor do PPS em Brasília, doutor Adão Cândido, como vice de Luiz Pitiman (PSDB). Vale lembrar, que o deputado Luiz Pitiman é o último colocado nas pesquisas para governador realizadas em todo o Distrito Federal, por todos os institutos de pesquisas de Brasília e nacionais. Segundo analistas da política brasiliense de plantão, Pitiman não irá a lugar algum.

Por outro lado, pode ser que o todo poderoso presidente do PPS, Roberto Freire e seus advogados, não conheçam a lei da isonomia, que de acordo com o dicionário Aurélio, igualdade é definido como qualidade ou estado de igual; expressão de uma relação entre seres matemáticos iguais. Como a Ciência do Direito é dirigida à sociedade, faz-se opção pela primeira definição. Os princípios além de serem uma garantia e um direito, são normas basilares dentro de qualquer ordenamento jurídico moderno.

Esperamos que o deputado federal por São Paulo, Roberto Freire, dono de uma trajetória invejável na vida pública brasileira, desça de seu sapato alto e admita o erro. Que ele siga o conselho dado pelo ex-presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, que ontem se aposentou. “Com a alma leve, não é, e aquilo que é fundamental pra mim, o cumprimento do dever, não é? É importante que o brasileiro se conscientize da importância, da fundamentalidade, da centralidade da obrigação de todos cumprirem as normas, cumprirem a lei, cumprir a Constituição”. Disse. O mesmo Joaquim Barbosa reafirmou várias vezes que: “A lei tem que ser aplicada igualmente para todos”.

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