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O Fado e a crise econômica em Lisboa!



Por: Walter Brito
Apesar da crise econômica pela qual passa a Europa, onde Portugal é um dos países mais afetados, o povo de Lisboa está otimista! Ontem saí do hotel para entrevistar com exclusividade para o Jornal Diário da Manhã, Natalino de Jesus, considerado um dos mais importantes cantores de Fado de todos os tempos.
O Fado é um ritmo musical surgido no bairro Alfama em Lisboa. Alfama tem mais de 1500 anos, ou seja, três vezes mais que a idade do Brasil. Localiza-se entre os principais símbolos da cidade de Lisboa, o Rio Tejo e o Castelo de São Jorge na Parte alta. Lembrando ainda que, o bairro Alfama foi completamente destruído no grande terremoto do século XVIII, mas reconstruído como o original. Lá, sempre foi um lugar popular tal qual, os morros do Rio de Janeiro. Apesar das dificuldades econômicas o seu povo sempre foi alegre, criativo e ligado às artes. Com as roupas estendidas nas janelas, as conversas dos vizinhos e um labirinto de becos e escadarias; este cenário, foi o ideal para inspirar os fadistas . Do mesmo modo, o samba se firmou no Brasil. Tanto o fado como o samba, não eram bem vistos inicialmente. Em Portugal o Fado era cantado inicialmente em lugares populares como Alfama, conforme já foi dito. Do mesmo modo surgiu o samba no Brasil, cantado por figuras como: Cartola na Mangueira; Noel Rosa na Vila Isabel; Candeia em Oswaldo Cruz e Nelson Cavaquinho na Tijuca.
O nosso encontro com o famoso artista português, se deu no bairro Alto, onde localiza-se o badalado restaurante Severa. Ele nos disse que apesar da crise econômica assustar o mundo, o povo português está acostumado a sair das dificuldades por meio de muito trabalho, medidas econômicas modernas, onde a contenção de despesas é inevitável. Contudo, diz Natalino, que uma cidade turística como Lisboa diminui muito pouco o seu ritmo em tempos de crise: “ Lisboa é o portal de entrada do povo brasileiro e da América do Sul para a Europa. As maravilhas de Portugal permitem recebermos turistas de todos os continentes, durante o ano inteiro e, com crise ou sem ela. Tenho 30 anos de carreira como cantor de Fado e diversos discos gravados. Em nome do Fado, que é desde 2011 Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade, viajei para o mundo inteiro, quando cantei para reis e rainhas, desportistas famosos e dirigentes de países em todos os continentes. Somente nos Estados Unidos da América, tive os prazer de me apresentar em 22 temporadas. Tive a satisfação de cantar para o ex-jogador da seleção brasileira Romário, oportunidade em que lhe envio um abraço por meio desta reportagem do Jornal Diário da Manhã. Quero também desejar-lhe sucesso como senador da República”, concluiu.

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