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CANDIDATURA DE COLLOR QUALIFICA O DEBATE RUMO AO PLANALTO


Alagoano Fernando Collor entra na disputa pela presidência da república pela segunda vez.




Por: Walter Brito
O ex-presidente Fernando Collor de Melo (PTC), confirmou sua pré-candidatura à presidência da República, por meio de um discurso contundente ocorrido na terça-feira, dia 6 de fevereiro no plenário do Senado. O pronunciamento foi feito com muito cuidado e farto em detalhes estratégicos, quando o político alagoano teceu comentários sobre os seus dois anos e meio como presidente do Brasil. Na oportunidade ele lamentou ter sido apeado do mandato, que foi legitimado pelo povo. O seu afastamento da presidência da República, ocorreu no dia 29 de dezembro de 1992.
Collor indicou no seu discurso, que o país não aguenta mais extremos: nem da esquerda e nem da direita, o que é um recado claro para Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolssonaro (PSL). O primeiro, deverá herdar naturalmente parte dos votos do ex-presidente Lula, que foi condenado em segunda instância pelo TRF- 4. Por isso, dificilmente o ex-presidente levará à frente sua tão comentada disputa eleitoral em 2018. O segundo, o militar da reserva Jair Bolssonaro, que lidera as pesquisas com a ausência de Lula, poderá perder o encanto após a saída de seu contraponto, que era o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Bolssonaro tem como carro-chefe de seu projeto no embate eleitoral do mês de outubro, o combate à violência. Neste sentido, Fernando Collor fez referência em seu discurso, em alto e bom som: “A mão pesada do Estado na segurança pública”, uma das prioridades no novo projeto do presidenciável.
O ex-presidente colocou ainda de forma estratégica em seu discurso, que venceu uma eleição disputadíssima, oportunidade em que participou um número enorme de candidatos: “Em 1989, quando concorri e venci a primeira eleição direta para presidente da República após o período de regime militar, apresentaram-se 22 candidatos ao posto – um recorde de concorrentes até hoje não superado. Mas havia justificativa para esse acirramento, por ser o primeiro pleito após um longo período em que ao povo foi negado o direito de escolher seu mandatário maior. Era ainda um período ao mesmo tempo turbulento na economia brasileira, e também de grande expectativa na vida política do país. Sob uma nova constituição federal discutida e votada com ampla participação da sociedade - e num mundo que vivia o fim da bipolarização da Guerra Fria, a sociedade brasileira mostrava-se ansiosa, com, e pelos novos tempos”. Disse.
Vale lembrar que o Brasil de hoje é parecido com o Brasil de 1989 em diversos aspectos. Hoje o país enfrenta uma de suas piores crises. O índice de desemprego é um dos maiores de nossa história. É certo que a economia nos últimos meses deu uma respirada, mas o povo sofre com as consequências da instabilidade política e econômica, cujo cenário é dominado pela Operação Lava Jato, que se arrasta desde o dia 17 de março de 2014. A referida operação levou para a prisão figurões do país que ninguém ousou imaginar que ocorreria um dia. Foram ao todo 198 prisões, entre as quais cinco políticos importantes. O próprio ex-presidente Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão. Ele luta por meio de habeas corpus preventivo para não ser preso. A Operação Lava Jato já recuperou para o Brasil, mais de 4 bilhões de reais desviados dos cofres públicos.
Em vistas disso, o ex-presidente Collor, que se apresentou como pré-candidato ao Palácio do Planalto no final de janeiro pela rádio 96 FM, de Arapiraca-Alagoas e confirmou seu projeto no dia 6 de fevereiro no Plenário do Senado em Brasília, ele terá como parceiros na disputa presidencial, 14 pré-candidatos, cujo número poderá ser aumentado após às convenções partidárias. Entre os debatedores de um novo modelo para o Brasil, o Collor provavelmente se destacará por meio de seus argumentos contundentes. Entre um debate e outro, ele terá a oportunidade de resgatar sua história, que foi manchada com o impeachment que o tirou do poder. O senador alagoano com sua verve afiada, seu preparo intelectual e sua experiência adquirida ao longo de 40 anos de vida pública, sem dúvidas poderá surpreender o Brasil novamente, pois como dizia José de Magalhães Pinto: “A política é como uma nuvem. Você olha e ela está de um jeito; olha de novo e ela já mudou.”  O discurso de Collor no Plenário do Senado ontem,  mostrou que o senador alagoano, detentor do mandato até 2022, está no jogo e, dará suas cartadas de forma forte e equilibrada, bem diferente do tempo em que se elegeu presidente do Brasil, aos 40 anos de idade.
Entre os presidenciáveis, que ao lado de Collor classificarão o debate, destacamos o senador pelo DF Cristovam Buarque (PPS); o experiente governador de São Paulo, Geraldo Alckimin (PSDB); o candidato do PDT Ciro Gomes; Marina Silva (REDE) e Álvaro Dias (PODEMOS). Nesta linha, acredito que Jair Bolssonaro, caso participe dos debates perderá preciosos pontos, pelo seu desconhecimento de forma efetiva dos problemas do Brasil, especialmente na questão econômica, cuja matéria ele já demonstrou fragilidade em diversas entrevistas, inclusive, o básico em economia!  Por isso, Bolssonaro deverá ser orientado pelos seus marqueteiros para não participar dos debates com os demais postulantes ao Palácio do Planalto. Não se sabe, se ele conseguirá ficar fora, pois as redes sociais falarão alto no período eleitoral. Como um dos ícones produzidos pela internet, certamente Bolssonaro atenderá os ditames das redes e das ruas.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/01/1954614-ex-presidente-collor-estreia-na-pesquisa-com-rejeicao-alta.shtml


Ressaltamos ainda, que Bolssonaro lidera as pesquisas sem a participação de Luís Inácio Lula da Silva. O militar tem 18% de intenção de votos, enquanto que Fernando Collor de Melo, que lançou oficialmente sua pré-candidatura no dia 06/02, já conta com 3% de intenção de votos do povo brasileiro. Contudo, as pesquisas qualitativas de diversos institutos, indicam que Fernando Collor crescerá nos palanques Brasil afora e de forma muito forte, bem como, por meio de sua participação nos debates, no rádio e na televisão. A sorte foi lançada: em Arapiraca e no Senado da República!

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