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Estados Unidos mantêm pedido de prisão do deputado Paulo Maluf
















Corte de Nova York rejeita recurso apresentado pelo deputado federal que pretendia a anulação do processo nos Estados Unidos. Parlamentar pode ser preso se deixar o Brasil


O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) teve rejeitado o pedido de anulação do processo que corre contra ele e o filho na Justiça dos Estados Unidos. A decisão, proferida esta semana pela Corte de Nova York, manteve de pé a ação que pede a prisão de ambos, por manterem depositados em uma conta, naquele país, cerca de US$ 11 milhões (R$ 24 milhões pelo câmbio de quinta-feira). Pelo que afirma a promotoria dos Estados Unidos, o dinheiro teria sido desviado da construção de obras públicas durante a gestão de Maluf na Prefeitura de São Paulo (1993-1996).

A acusação ressalta, inclusive, que o montante é apenas parte dos recursos obtidos de forma ilícita pelo parlamentar. Devido ao pedido de prisão emitido pela Justiça norte-americana, o político foi inserido na lista de difusão vermelha da Polícia Internacional (Interpol), que atua em cerca de 200 países. A relação contém os criminosos mais procurados do mundo. Como a Constituição não permite a extradição de brasileiros, Paulo Maluf pode ser preso se sair do país, ao desembarcar em praticamente qualquer aeroporto do exterior. Procurado, o deputado federal não atendeu à reportagem.

Os últimos meses têm sido marcados por uma sequência de decisões judiciais contrárias ao ex-prefeito ou a instituições ligadas a ele. Em fevereiro, o banco Deutsche Bank, da Alemanha, aceitou pagar cerca de US$ 20 milhões (R$43 milhões) em indenização à prefeitura paulistana para não ser processado por ter aceito o depósito de quase US$ 200 milhões (R$ 430 milhões) supostamente desviados dos cofres da capital durante o período em que Maluf foi prefeito.



Em novembro de 2013, Maluf acabou condenado por improbidade administrativa pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), devido ao superfaturamento das obras do túnel Ayrton Senna, na capital paulista, também durante sua gestão. O TJ-SP estabeleceu ainda uma multa de R$ 42,3 milhões, a ser paga por Maluf e pelos demais réus da ação. O Ministério Público do estado calcula que o valor atualizado do prejuízo aos cofres públicos, somente no caso do túnel, é de R$ 200 milhões.

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Aos 82 anos, Paulo Maluf figura em quarto lugar na lista dos deputados mais ausentes à Câmara, na atual legislatura, iniciada em 2011. Foram 149 faltas, sendo 27 não justificadas, como mostrou levantamento do Correio, no início do mês. Na ocasião, a assessoria do parlamentar alegou que o não comparecimento foi decorrência de problemas de saúde, como “gripes fortes”.


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