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Prefeito de Nova York teme pelo filho afrodescendente



NOVA YORK — Em meio ao maior desafio já enfrentado por um prefeito, que fez do reparo das relações entre as minorias e a polícia uma de suas principais promessas de campanha, Bill de Blasio voltou a recorrer à sua própria família — como fez com sucesso em diversas ocasiões enquanto disputava o cargo — ao responder à decisão de um grande júri de Nova York de não indiciar o policial branco Daniel Pantaleo pela morte do camelô Eric Garner. Pai de um casal de adolescentes negros, De Blasio evocou seu filho Dante mais de uma vez desde o início da noite de quarta-feira, quando correu para Staten Island, onde ocorreu o incidente em julho, para se pronunciar ao lado da família da vítima.

— Isso é profundamente pessoal para mim — disse. — Não pude deixar de pensar imediatamente o que significaria perder Dante. A vida nunca mais seria a mesma.
Se a família interracial do prefeito é parte fundamental de sua imagem pública, foi Dante quem provocou a virada de De Blasio, no fim do ano passado, ao estrelar, com cabelo afro, um vídeo “caseiro” de campanha que virou viral. O prefeito contou que ele e a mulher, Chirlane McCray, que é negra, instruíram o menino a “tomar especial cuidado” ao se deparar com policiais, e expressou a sua preocupação com a segurança de Dante quando sai à noite.

‘Embaixo de um ônibus’

Nesta quinta-feira, ao anunciar reformas na polícia, o prefeito citou o filho de novo, ao lembrar que sua apreensão com a abordagem da polícia começou assim que Dante entrou na puberdade. No fim da tarde, o presidente do Sindicato de Policiais de Nova York, Patrick Lynch, afirmou que os oficia is se sentiram “jogados embaixo de um ônibus” pelo prefeito.

— Enquanto eles estavam fazendo um trabalho difícil, no meio da noite, protegendo os direitos dos manifestantes, protegendo nossos filhos e filhas, o prefeito estava atrás dos microfones como se os estivesse jogando embaixo de um ônibus
O Globo

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