Benjamin Netanyahu e o seu partido Likud arrecadaram uma vitória surpreendente nas eleições israelitas e deixaram para trás o partido de centro-esquerda União Sionista, com quem surgiam em empate técnico nas sondagens à boca das urnas. Com 99,5% dos votos contados na manhã desta quarta-feira, espera-se que o partido do actual primeiro-ministro israelita consiga 30 assentos no Parlamento, mais do que os 27 que as primeiras sondagens na noite eleitoral lhe atribuíam e que o colocavam em empate técnico com o União Sionista de Issac Herzog, que ao longo da contagem caiu para os 24 lugares no Knesset.
Netanyahu contrariou as expectativas e, sobretudo, as sondagens. No fim-de-semana as últimas estimativas apontavam para que o seu partido conseguisse apenas 20 lugares no Parlamento.
“Contra todas as possibilidades, uma grande vitória do Likud”, exclamou Benjamin Netanyahu quando apenas se tinham contado 90% dos votos. Netanyahu tem agora pela frente a obrigação de conseguir aliados vindos da direita para um Governo de coligação. “Os cidadãos de Israel esperam que consigamos juntar rapidamente uma liderança que os sirva em termos de segurança, de economia e de sociedade”, declarou o primeiro-ministro israelita na madrugada de quarta-feira.
Um processo que já teve início com o partido ultranacionalista Casa Judaica, de acordo com um comunicado do Likud publicado na madrugada de quarta-feira. Naftali Bennett, o líder do partido e actual ministro da Economia, aclamou vitória ao longo da noite eleitoral, apesar de o seu partido ter caído para a sexta força política – com oito assentos, está atrás dos 12 lugares no Knesset que as sondagens lhe atribuíam. “O campo nacionalista venceu”, afirmou Bennett na noite eleitoral. Os partidos ultra-ortoxos são outros parceiros prováveis para Netanyahu. Sobretudo o Yisrael Beitenu do ultranacionalista Avigdor Lieberman, a quem os resultados na manhã desta quarta-feira atribuíam seis lugares.
Mas a peça fundamental para a formação de um Governo de coligação estará com Moshe Kahlon, ex-ministro de Netanyahu e líder do partido centrista Kulanu. Na manhã desta quarta-feira, o recém-formado Kulanu surge com dez lugares no Knesset, o que o torna num elemento decisivo. Moshe Kahlon disse durante na noite de terça-feira que iria aguardar até aos resultados finais para decidir se entrará em coligação com algum dos partidos.
O partido Lista Conjunta tornou-se também num dos destaques da noite eleitoral. Os 99,5% de votos recolhidos até ao momento apontam para que este partido composto maioritariamente por árabes-israelitas consiga 14 lugares no Parlamento.
Os seus eleitores venceram os grandes números de abstenção. Em 2013, apenas 54% de árabes-israelitas foram às urnas. De acordo com os valores avançados pelo Guardian, o segmento árabe-israelita teve uma taxa de votação que se situa entre os 67 e os 68%. Embora o Lista Conjunta dificilmente consiga formar um Governo, será um importante opositor às políticas pró-colonatos e contrárias à formação de um Estado da Palestina do Likud e seus prováveis membros de coligação.
De acordo com as estimativas eleitorais avançadas pelo diário israelita Haaretz, prevê-se que o Meretz consiga apenas quatro assentos no Knesset. O antigo partido de referência da esquerda em Israel conseguirá, por pouco, o mínimo necessário para entrar no parlamento israelita (as sondagens do fim-de-semana atribuíam-lhe cinco assentos).
Fonte: Publico
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