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De Empacotador ao Conselho Federal da OAB/DF

Postada em: 03/11/2015

De Empacotador ao Conselho Federal da OAB/DF


professor Severino Cajazeiras

Por: Walter Brito

O mundo é de fato cheio de oportunidades: No campo da economia e também no mundo do saber. Que o diga, o menino Severino de Sousa Oliveira, o Severino Cajazeiras.

Ele construiu uma das mais belas histórias no mundo da advocacia, dos professores do Direito e da política de Ordem em Brasília e no Brasil.

Menino levado e atento, aos três anos ele conheceu as primeiras letras. Logo se alfabetizou precocemente e começou a brigar pelo saber lá nos rincões da Paraíba, onde estudou nos anos 60 e à época, o saber tinha pouco valor. Ainda infante, ele optou por ser jardineiro numa casa de conhecidos, que lhe abriu as portas e teve o entendimento, do que aquele menino levado mais queria: Estudar!

Eis que em 1974, uma viagem de sua mãe para a capital da República, mudou seu destino. No dia 1º de Abril daquele ano, às 18h00, o Severino ao lado da mãe chegava a capital de todos os brasileiros. No trajeto da Rodoviária do Plano Piloto ao Gama, onde morava sua irmã, o jovem de 14 anos se encantou com o vai e vem dos ônibus da cidade grande e também com os uniformes dos meninos de sua idade que eram cobradores de ônibus. Severino sonhou também ser um deles. Mas não deu certo. Virou empacotador no supermercado Slaviero no Plano Piloto, o que representava um grande avanço para o menino pobre da cidade de Cajazeiras, na Paraíba.

Dalí ele chegou ao Colégio Caseb e depois ao Colégio Objetivo, onde fez o curso médio. Logo ele passou no sonhado vestibular para: Medicina, Administração de empresas, Economia e Direito. A última opção era o seu verdadeiro sonho: ser advogado. Lembrou-se na hora de decidir, de um júri ocorrido em sua tenra idade na Paraíba, cujo advogado de defesa ele nunca mais esqueceu. Tratava-se de José Araruna, um grande criminalista que ajudou o Severino a definir sua profissão.

Formou-se em 1985 e logo começou a lecionar Direito Tributário, a sua paixão na área do Direito. A primeira Universidade onde ensinou os seus primeiros alunos, foi a própria UDF, onde ele se formou. Contudo, ele ajudou a construir a história do UniCeub, como professor, ou seja: uma das principais academias do Direito no país. O filho de Cajazeiras passou por diversas faculdades como professor, quase sempre lecionando Direito Tributário. Hoje ele ainda leciona na UDF e UPIS. O respaldo dos alunos por onde lecionou, o credenciaram a se eleger pela primeira vez em 1991, como conselheiro da OAB. Reeleito para o mesmo cargo, o menino de Cajazeiras aos poucos tornou-se um dos mais queridos membros da OAB/DF; onde foi secretário geral, diretor tesoureiro e atualmente vice-presidente.

Foi nesse cargo e entregando a carteirinha aos novos advogados, que a reportagem encontrou o professor Severino de Sousa Oliveira com a mesma alegria de sempre. Questionado sobre a música “Emoções”, de Roberto Carlos, introduzida em seu discurso no início daquela solenidade no auditório da OAB/DF, Severino sorriu e explicou: “Sou fã de carteirinha do rei Roberto Carlos. A sua poesia sempre cabe numa solenidade como essa, pois veja, repete o Severino o início de seu discurso para dezenas de novos advogados: Quando estou aqui eu vivo esse momento lindo olhando para vocês e as emoções sentindo”, disse.

Juíz e promotor da Audiência eram seus alunos

Esperamos algum tempo, o doutor Severino atender aos pedidos de fotografias com os novos homens e mulheres do Direito, para que pudéssemos continuar a entrevista. Em seguida, perguntamos ao famoso professor, se as três décadas como advogado e professor, permitiu ele chegar em uma audiência, onde seus membros tinham sido seus alunos. Ele afirmou: “Eu cheguei em um determinado ato, em que foram meus alunos: O juiz, o promotor, o procurador do DF que na oportunidade representava o Estado; o advogado da OAB e até o serventuário da Justiça. Isso me gratificou e foi para mim um momento especial e de muita satisfação profissional e pessoal. Contudo, em nenhum momento da audiência, toquei no assunto e tudo ocorreu com maior discrição possível. Entendo que trata-se de um momento solene e temos que ter o maior respeito por todos os colegas que dele participa. Contudo, ao final da solenidade, um dos membros resolveu contar que todos ali tinham sido alunos meus. Como essa audiência, diversas têm ocorrido na minha atividade profissional. Fico muito feliz, pois costumo respeitar o aluno na sala de aula. Depois que ele vira uma autoridade, como um juiz por exemplo, ele certamente se lembra dos momentos que foi meu aluno e por quem tive o maior respeito. Talvez por isso, tenho tido sucesso também nas disputas para os cargos que disputei na OAB. Os meus alunos serão sempre o orgulho de minha vida”, arrematou.

OAB e a Crise!

Perguntamos ao professor Severino, sobre a participação da OAB, no momento de dificuldades pelas quais passam o país, onde membros do Congresso Nacional e do executivo foram envolvidos em casos de corrupção. Ele disse: “Muitos colegas cobram a presença da OAB nas ruas como ocorria antigamente. Entretanto, naquela época, não tínhamos instituições fortes como hoje, tais quais: ABI; CNI; CNBB, entre outras. Hoje o trabalho da OAB se dá no campo jurídico. Nós ganhamos diversas ações no Supremo, referentes a financiamentos de despesas nas campanhas políticas. Aqui na OAB/DF, tivemos vitórias e fomos autores de mais de 12 Ações Diretas de Inconstitucionalidades. Portanto, estamos fazendo o nosso papel e as instituições funcionam efetivamente e fazem o que lhe são atribuídas. A OAB está funcionando na sua plenitude e não há necessidade de participar das manifestações no sentido de jogar para a plateia e, passar a impressão, de que estamos agradando. Estamos agindo sim, mas no campo Jurídico. Entendo que a OAB precisa de ser implacável na defesa daqueles que defendem a entidade, ou seja: os advogados”, arrematou.

Conselho para os novos advogados:

Falamos com o doutor Severino sobre o conselho que ele deu aos novos advogados, quanto ao comportamento com os seus ex- adversos, após a audiência, quando alguns se tornam inimigos. “A nossa vida é constituída de sucessos e insucessos. Nós ganhamos e perdemos também. Quando perdemos a ação, nós não podemos ficar com raiva de nossos adversários, pois se fizermos isso, certamente vamos perder o espaço e não teremos mais ambiente no meio da advocacia. Vale lembrar, que a vitória é o que todos nós buscamos; contudo nós ganhamos um dia e no outro perdemos. É assim que funciona. Ressalto ainda, que na advocacia, se vê muitas vezes, os colegas brigando entre si, por causa de derrotas e vitórias. Ocorre que, muitas vezes a tese de seu adversário convenceu mais o Juiz. E mais, o adversário foi mais veemente! Hoje se perde uma causa, mas amanhã a vitória pode ser sua. Portanto, ficar com raiva do colega por ter perdido para ele uma causa, faz parte do passado e da advocacia atrasada. Vale lembrar ainda que a advocacia que funcionava na base da arrogância do arroubo já acabou. Aconselho aos meus alunos no compartilhamento da profissão. Pois é muito importante. Muitas vezes o advogado é da área trabalhista, por exemplo, e, seu cliente precisa de um especialista na área criminal. Logo, ele pode indicar o colega. Esse tipo de relacionamento é fundamental, principalmente no início de carreira”, completou Severino.

Conselheiro Federal:

Quanto ao seu projeto, rumo ao Conselho Federal, cuja eleição se dará no 16 de novembro, oportunidade em que ele foi cobrado por muitos que o tinham como candidato a presidente da instituição, Severino ponderou: “A política é a ciência do possível. O Conselho Federal é o que me foi possível no momento. Trata-se da disputa de uma vaga, para conselheiro federal, ao lado do advogado e atual presidente da OAB/DF, o doutor Ibaneis Rocha. Claro que eu gostaria de ser candidato a presidente da minha entidade de classe. Entendo que, quando não podemos lutar contra o Universo, passamos a fazer parte dele. Estou feliz ao lado de nosso grupo político, que entendeu que o melhor no momento para presidente, é o Juliano Costa Couto. Eu já tinha um compromisso de não ser candidato a presidente, caso o Ibaneis Rocha se candidatasse à reeleição. Contudo, o Ibaneis me falou sobre o seu sonho: servir a OAB como conselheiro federal. Ele argumentou que só iria para esse cargo se eu fosse junto com ele. Por isso, ele pediu-me pessoalmente para disputar ao lado dele está função. Eu não vou deixar uma pessoa por quem tenho a maior admiração e respeito pelo seu trabalho na OAB. O Ibaneis vive da militância da nossa honrada profissão de advogado. Por meio da advocacia, tornou-se nacionalmente conhecido, além de tratar-se de um ser humano maravilhoso. Ele é o presidente da OAB/DF que eu gostaria de ser. Ele trabalha de portas abertas e atende com a maior presteza todos os advogados. O advogado em nossa gestão não precisa marcar audiência para falar conosco, mesmo que esse advogado não tenha votado em nosso movimento. Mas ele é um advogado, é o que importa! Digo ainda que, eu não poderia negar um pedido que o Ibaneis me fez pessoalmente e com todo cuidado. Somos candidatos ao Conselho Federal e peço o seu voto para nossa chapa, que tem o doutor Juliano Costa Couto como candidato a presidente”, arrematou.

Pedindo voto para Juliano Costa Couto:

Pedimos ao Severino para apresentar seu candidato à presidência da OAB/DF, aos advogados que votarão no próximo dia 16, com objetivo de escolher aquele que irá dirigir a Ordem nos próximos três anos. Ele disse: “O Juliano é o advogado que lidera uma nova e importante geração de advogados. Apesar de ainda jovem, ele parece ter nascido pronto e age como advogado que tem experiência de décadas nos tribunais, fóruns e delegacias do Distrito Federal e do país. Eu o conheci no Conselho Tribunal de Contas do DF, quando atuava como assessor jurídico. Eu atuava na mesma instituição como chefe de gabinete do conselheiro Manoel de Andrade. O Juliano foi sempre aquele jovem comunicativo e participativo. Ele sempre deu atenção a todos e nesse sentido ele parece comigo no respeito e no trato com os colegas advogados. Já na política da OAB, ele começou cedo e ainda como estudante. Foi também o meu caso. E mais, o Juliano sempre foi uma pessoa simples e acolhedora, tal qual eu fiz nos 24 anos que estou exercendo funções na OAB. Os requisitos para eu apoiar alguém para a presidência da OAB/DF é que ela seja acolhedora e trate bem o advogado. Quando me elegi vice-presidente da OAB/DF, ao escolher minha secretária, eu priorizei a candidata que tratasse melhor o advogado, pois, esse profissional é a pessoa mais importante na OAB. Repito: a exigência para trabalhar comigo é ter o perfil do acolhimento. Acolher advogado iniciante; afrodescendente; advogada jovem ou idosa; o advogado famoso e bem sucedido. Exijo tratamento igualitário para todos. Precisamos dar a esses profissionais , o melhor tratamento possível. É por essas razões que a OAB/DF tem que ser uma Casa de portas abertas. É esta mesma, a OAB que o doutor Juliano Costa Couto representa. Se eu estivesse lá em Cajazeiras na Paraíba, eu diria: “O Juliano Costa Couto é o tipo do poeta, que nós lhe damos o mote e ele faz o verso e a rima. Ele sabe muito bem qual será o seu papel, caso se eleja novo presidente da OAB/DF no próximo dia 16. Peço com muita humildade, o voto de cada advogado e cada advogada para Juliano presidente. Eu e o doutor Ibaneis Rocha, contamos também com o mesmo apoio para o Conselho Federal. Bem como, toda a nossa chapa. Se Deus quiser, vamos vencer novamente”, disse.

Pedimos ao doutor Severino Cajazeiras, para citar alguns exemplos de advogados que ele admira. Em 30 segundos, ele mandou essa: “Cada advogado tem sua importância no seu tempo. Alguns são eternos, entre os quais cito: Rui Barbosa, Sobral Pinto, Téssio Lins e Silva, Lavenère, Sigmaringa Seixas, Maurício Côrrea, Esdras Dantas e Ibaneis Rocha. Esses aí simbolizam: A luta, as conquistas e vitórias da advocacia! Até a vitória da chapa: Somos mais Ordem

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