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A pior traição de Lula foi não erradicar o analfabetismo: Cristovam Buarque

Por: Walter Brito

Cristovam é pré-candidato ao Palácio do Planalto

O senador Cristovam Buarque (PPS) está a todo vapor e rumo ao Palácio do Planalto. Intelectual do primeiro time, economista de proa, pensador de um Brasil moderno, defensor inconteste da educação; Cristovam se licenciará do cargo brevemente e vai ouvir o povo em todos os rincões do país. Filiado ao PPS, do também pernambucano Roberto Freire, este é Geraldo Alckmin até debaixo d’água. Freire poderá assumir mandato de deputado federal no lugar de um aliado do governador de São Paulo, que deve ser nomeado para o governo.
Mesmo assim, Cristovam vai levar seu discurso pelo País afora. Entrevistamos o senador, quando ele falou sobre seu posicionamento firme contra qualquer tipo de censura, inclusive a censura nas artes. Nesta seara ele comentou o voto declarado do artista plástico Siron Franco, que disse com todas as letras, ser eleitor de Cristovam para presidente do Brasil. O senador fez comentário ainda sobre a Lei da Palmada, índios pelados[P1] , crianças que apanham com vara Brasil afora, cotas para negros nas universidades, o lado social da economia, a tecnologia de ponta na vida do cidadão. O parlamentar brasiliense aproveitou a reportagem, para dizer que apesar das lágrimas da saudosa Dona Marisa Inácio Lula da Silva, o ex-presidente Lula traiu o Brasil, quando não erradicou o analfabetismo. Veja a íntegra da entrevista!

SIRON FRANCO VOTA EM CRISTOVAM PARA PRESIDENTE
Siron Franco receberá Cristovam ao lado de artistas


Considerado um dos artistas plásticos mais importante do país, o autor da coleção de pinturas: Madonas, disse que Cristovam é o político mais preparado para ser presidente do Brasil. Sobre a afirmativa do artista, o senador respondeu: “Trata-se de um voto altamente qualificado. Tenho por Siron a maior admiração como pintor. Quando tivemos em Brasília a tragédia do índio Pataxó Galdino, o Siron nos deu o maior apoio. Ele ajudou a convencer os jovens de Brasília, da dimensão daquela tragédia. Junto com o famoso artista plástico, inauguramos uma praça em homenagem ao índio Pataxó e lá naquele local, ainda hoje, tem uma escultura feita pelo Siron, que retrata aquela tragédia. Eu tenho o maior orgulho disso”, arrematou Cristovam. O Siron disse para a reportagem, que terá um grande prazer em reunir no atelier em Goiânia, artistas de todo o país e diversas tendências no mundo das artes, para um encontro com Cristovam, oportunidade em que serão discutidos os novos rumos da cultura no país.

A CENSURA COMEÇA COM A NUDEZ E TERMINA NA MUDEZ

A cena que causou polêmica no MAM


Mal entendido por alguns evangélicos, que acusaram o senador de apoiar a pedofilia; a esse respeito Cristovam respondeu de forma calma e serena, mas foi enfático: “Sou contra qualquer tipo de censura, inclusive a censura nas artes. Contudo, um homem pelado morto ou vivo, para mim nunca foi arte. A questão de uma criança tocar o homem numa performance ocorrida no Museu de Arte Moderna-MAM, é para mim um absurdo e irresponsabilidade tamanha dos pais. Por isso existem as classificações por faixa etária na participação de eventos: cinema, teatro ou um evento como o que ocorreu no MAM. E mais, sou contra a censura sim, pois existe uma frase que diz: A censura começa com a nudez e termina com a mudez. A partir da nudez ocorrem outros passos e mais outros, inclusive proibindo religiões. Neste sentido, o que mais me motivou fazer aquela frase foi a censura aos cultos afrobrasileiros. Tive a oportunidade de ver em um terreiro no Rio de Janeiro, quando foi invadido e o Pai de Santo foi obrigado a quebrar seus próprios objetos religiosos. Não posso concordar com esse tipo de coisa”, comentou o senador do PPS.

LEI DA PALMADA
Dentro do mesmo assunto e sobre a afirmativa de um dos pastores, que discorda de seus posicionamentos públicos, o parlamentar do PPS acrescentou: “Um dos pastores que me critica disse, que não concorda comigo por eu ser favorável a proposta de partido único na escola. Eu sou a favor de todos os partidos, por isso não concordo com o partido único na escola. Outra coisa, refere-se a minha posição contrária a Lei da Palmada. É uma lei que proíbe maltratar criança. Eu sou contra maltratar criança também. O pastor disse no artigo dele, que educação é obrigação da família e não do estado. Se aquela mãe que levou seu filho à exposição tem todo o poder, o pastor não poderia criticar a mãe. A meu ver, a educação é do pai, da mãe, da família e do estado. O estado tem o direito de interferir no processo educacional e, sempre que houver pais irresponsáveis que maltratam os filhos. Neste sentido, o estado tem o direito e a obrigação de interferir e é esta a contradição do pastor. Ele se posicionou contra o estado proibir maltrato das crianças por parte dos pais, só que ao mesmo tempo, ele reclama porquê a mãe fez aquilo. A mãe errou e o estado tem que proibir e dizer qual é a idade que a criança pode assistir determinado tipo de evento”, disse Cristovam.

INDIO NO SHOPPING CENTER

Ainda sobre o mesmo assunto e o comportamento dos pais, o senador da República disse: “Certos pais e em algumas culturas têm o direito de sair e dizer que são diferentes. O estado não pode por exemplo, proibir o índio de andar nu, lá na tribo dele! É claro que, o índio não vai poder andar nu no Shopping Center. Por isso o estado tem que intervir”, explicou o professor da UnB Cristovam Buarque.

CRIANÇAS APANHANDO COM VARA
Nessa questão, o senador faz um esclarecimento sobre uma citação bíblica. “O pastor que me criticou diz que a bíblia permite os pais bater em criança com vara. O pastor tem que entender que vara citado na bíblia é no sentido metafórico, para mim a criança tem que ser educada com palavra e a vara é a voz. Não se trata de palmadas, pancadas ou açoite”, disse Cristovam.

LULA TRAIU OS VALORES SOCIALISTAS

Lula e Cristovam nos velhos tempos


Questionamos o senador referente ao motivo pelo qual, ele não conseguiu viabilizar o seu projeto como ministro da educação do Lula, que propunha acabar com o analfabetismo no Brasil. Ele disse: “Quando fui ministro da educação criamos um projeto para erradicar o analfabetismo no Brasil, o que não quer dizer zerar, pois existem pessoas que não vão aprender a ler: ou por deficiência, ou em outros casos pela idade avançada. Neste caso, eu já vi muitas pessoas com 80 anos ou mais aprendendo a ler nos cursos que implantei quando ministro da educação. Trata-se de uma exceção. Vale ressaltar, que é uma vergonha ver 13 milhões de analfabetos e adultos que não sabem decifrar o que está escrito em nossa bandeira: ordem e progresso. Se eu fosse escolher um dia o que eu acho pior em relação aos valores socialistas, por parte do governo comandado por Luiz Inácio Lula da Silva, eu diria que foi não ter erradicado o analfabetismo. Portanto, o ex-presidente Lula traiu os valores socialistas e consequentemente traiu o povo brasileiro. Participei de um certo evento na Confederação Nacional de Industria-CNI, oportunidade em que o Lula no seu discurso e olhando para mim disse o seguinte: ‘Cristovam, quem come apressado come cru. Nós não temos pressa para acabar com o analfabetismo no Brasil’. A minha mulher não me perdoa até hoje, por eu não ter renunciado ali naquele momento e diante de todo mundo. O Lula nunca se importou em erradicar o analfabetismo, embora eu tenha visto a Dona Marisa com os olhos cheios de lágrimas, quando eu criei o labirinto do analfabetismo”, atacou Cristovam.

O MOVIMENTO NEGRO NÃO LUTA POR ENSINO MÉDIO DE QUALIDADE

A reportagem questionou o senador referente ao avanço das cotas para a comunidade negra nas universidades no governo Lula. Ele argumentou: “Não tenho dúvidas que as cotas para a comunidade negra nas universidades avançaram muito. Embora, não seja uma coisa só do governo Lula, mas foi ele efetivamente que se preocupou com a questão. Eu dou aula na UnB e é completamente diferente a cor da pele dos alunos 20 anos atrás e agora. Contudo, isso é um paliativo. Quero deixar claro, que sempre fui favorável ao sistema de cotas para afrodescendentes nas universidades. O que sempre discordei do Movimento Negro, é que a cota só não basta! O que eu queria é que negros e brancos, pobres e ricos disputassem a universidade em condições de igualdade. Para isso basta que a escola seja igual para brancos e negros, pobres e ricos. Para mim o grande slogan do futuro é: ‘o filho do pobre na escola do filho do rico; o filho do negro na escola do filho do branco; o filho do trabalhador na escola do filho do patrão. A partir daí não precisaremos mais de cotas. Eu sinto que o movimento negro não luta por isso, ou seja para que a escola básica seja igual para negros e brancos. O movimento negro só luta pelas cotas para negros nas universidades. Eu cobro muito isso do Frei Davi, que é um ícone da causa negra, que é nobre e importante. O Frei Davi não luta pela erradicação do analfabetismo na comunidade negra e nem pela melhora do ensino básico. Só luta para colocar o negro na universidade. Acrescento ainda que, o Neymar é um dos salários mais altos do mundo. Claro, a bola é redonda para todo mundo, independente da cor da pele. Depende só do talento e não precisa de cotas para isso. A escola no Brasil infelizmente não é igual para todos”, ensinou Cristovam.
A ECONOMIA E O SOCIAL

Como economista de proa, perguntamos para Cristovam sobre a importância da economia para a área social. Ele adorou a pergunta e respondeu de forma professoral: “Você trouxe o ponto-chave do meu projeto rumo ao Palácio do Planalto. Sou pré-candidato à presidência da República e vou perder voto por isso. Para que a economia ajude o social é preciso que ela seja eficiente. É necessário que ela gere um produto tal, que precisa para fazer as reformas sociais. Um exemplo disso é que a escola seja boa para todos, que a saúde funcione. Querer mudar a sociedade por dentro da economia não deu certo. Todo mundo sabe que a economia ficou ineficiente e a sociedade paga o preço disso. Aumentou o número de pobres no Brasil pelo fato da economia ter deixado de ser eficiente. Não é mudando a economia que a gente faz a sociedade justa. Não virá por dentro da economia, como se tentou com o socialismo no Leste europeu que estatiza e distribui melhor o salário em vez do lucro. Temos que ter uma economia que funcione: uma relação salário, impostos e lucro. Tem que ser definida tecnicamente e debaixo de regras éticas. Exemplo disso: não se pode ganhar dinheiro com drogas ilícitas; não pode ter trabalho escravo; não pode poluir a natureza. Isso são valores éticos e debaixo disso o que é eficiente. É com a referida eficiência que teremos recursos para construir uma sociedade justa, inclusive garantindo renda para quem não tiver emprego, pois a economia não dará emprego para todos. Você não pode obrigar uma empresa dar mais emprego do que ela precisa, senão ela quebra e o empresário vai embora. O segredo para a economia ser eficiente é o equilíbrio fiscal. Por isso a taxa de juro tem que ser baixa, diminuindo a necessidade de endividamento. A taxa de juro não é alta porque os banqueiros querem, ela vai ficar baixa porque o governo quer. A taxa de juros vai baixar, quando não se precisar tanto de empréstimos. O governo precisa reduzir as suas necessidades de gastos, o que diminui o empréstimo nos bancos, enquanto que nós temos que ser mais austeros comprando menos coisas. Um exemplo onde foi aplicado esse sistema e deu certo foi nos países escandinavos e na Europa principalmente. Contudo, a grande revolução será o filho do trabalhador estudando na mesma escola do patrão. Vale ressaltar, que desta forma não vamos desperdiçar nenhum cérebro no Brasil. Quando aproveitamos todos os cérebros num país de dimensões continentais como o nosso, certamente a produtividade vai crescer de uma forma muito forte e a economia se torna eficiente. Lembro ainda que no Brasil tem pobreza por duas razões: uma é porque concentra renda e a outra é que a economia é pobre e sua renda per capta é baixa. Não adianta fecharmos os olhos para isso”, orientou Cristovam.

ALTA TECNOLOGIA EM FOCO

Entusiasta da tecnologia de ponta, o senador deixou transparecer que em suas viagens pelo Brasil, no período em que for substituído no cargo de senador pelo petista Wilmar Lacerda, um ponto forte para atrair o voto da juventude, certamente será o seu conhecimento e vontade de implementar na administração pública do País, os últimos recursos que a tecnologia de ponta poderá propiciar num Brasil do futuro. Nesta seara ele disse: “precisamos usar com eficiência as tecnologias que já existem. Hoje é possível fazer um exame de sangue completo com uma gotinha de sangue. Existe um aparelhozinho que custa 20 dólares. Em casa você coloca o aparelho e com uma agulhinha retira a gota de sangue, que em trinta minutos a pessoa recebe o resultado pelo celular. O governo pode distribuir aparelhos desta natureza pelo o Brasil a fora”, exemplificou e finalizou Cristovam Buarque.
Acredito firmemente, que o professor da UnB Cristovam Buarque, em sua empreitada na discussão do Brasil, tem tudo para acabar convencendo Roberto Freire e o PPS, de que ele é um excelente candidato para presidente da República.
A sua tese de que não existe mais esquerda e nem direita e que o importante são pessoas de bem, poderá arrebanhar seguidores. No caso de Brasília ele explicou, que tanto Rorizistas como petistas, ou aqueles que navegam em outras ondas, precisam se unir na construção de uma cidade melhor. Da mesma forma, isso deve ocorrer no Brasil do futuro segundo Cristovam.

Claro que o senador do PPS sabe que seu projeto é difícil e encontrará opositores pelo caminho, dentro e fora de seu partido. Como um bom timoneiro pernambucano e acostumado aos grandes debates, o senador tem tudo para levantar a autoestima dos brasileiros e mostrar que o país tem jeito. Lembrando que muitos pensam em abandonar o Brasil, devido a corrupção sem precedentes da classe política, com aval de nossas elites, que concentram o capital na mão de poucos e deixam a maioria na miséria. O discurso do pernambucano brasiliense, poderá surpreender. Artistas como Siron Franco e outros que acreditam no parlamentar do PPS, certamente podem ajudar a levantar a bola para o ex-governador marcar um gol de placa.

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