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O GOLPE DA COBERTA ESTÁ ATERRORIZANDO SÃO PAULO

O cobertor mais barato do mercado torna-se perigoso para paulistanos e turistas

Texto escrito pelo jornalista Walter Brito

Depois de passar um mês em Brasília -DF observando com muito atenção as consequências do cenário ocorrido no 8 de janeiro, quando milhares de vândalos invadiram os poderes da República: Congresso Nacional, Suprema Corte e Palácio do Planalto, ou seja, o maior ataque contra a nossa democracia em todos os tempos, obviamente não teria ocorrido a invasão se não tivessem os facilitadores; o que poderia ser esclarecido por meio das diversas investigações com mais de mil pessoas que foram presas, além da CPI na Câmara Legislativa de Brasília em curso. 

O deputado  distrital Chico Vigilante ( PT) já passou pela Câmara Federal. Chico se notabiliza como um dos parlamentares mais atuantes do parlamento brasiliense. Contudo, ele não conta com o apoio necessário para esclarecer o maior ataque contra a democracia brasileira - CLDF/Divulgação

Esta tem dificuldades até de ouvir autoridades envolvidas no assunto, que muito pouco falam. Evidentemente, uma CPI no Congresso repetirá impedimentos maiores em convocar muitos figurões que apelam para os grandes nomes da advocacia que acabam protegendo seus clientes de forma prejudicial e sem informações concretas para a sociedade. 

Aos convocados para as Comissões Parlamentares de Inquéritos serão concedidos o direito de permanecerem calados, o que efetivamente vai transferir para debaixo do tapete a real verdade que ocorreu no 8 de janeiro, cujo esclarecimento tende a ficar como sempre, proibido por estratégias mirabolantes, por 100 anos de sigilo ou mais.

Ricardo Nunes luta para limpar São Paulo, enquanto a violência é ampliada pelos moradores de rua - Imagem/Divulgação

Por outro lado, retornando às minhas atividades profissionais nos últimos dias na cidade de São Paulo, constato que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) está se esforçando na limpeza do centro da cidade, especialmente nas famosas avenidas São João com a Ipiranga, bem como a Paulista, a Rua Augusta e outros points de visibilidade na quarta cidade do Planeta Terra, o que não é tarefa fácil! 

O governador Tarcísio de Freitas trabalha irmanado com o prefeito Ricardo Nunes, para minimizar a violência na cidade de São Paulo. Contudo, a criatividade dos moradores de rua aumenta a cada dia - Divulgação/Alesp

Junta-se aos esforços do sucessor do saudoso Bruno Covas, o empenho do governo de quase 120 dias, sob o comando do ex-ministro e governador Tarcísio Freitas (Republicanos), que com o caixa robusto ajuda o prefeito a tapar as mazelas da cidade que não para! Evidentemente, violência, saúde e o desemprego são os maiores gargalos visíveis na cidade que um dia foi administrada por Jânio Quadros. 

Jânio Quadros governou São Paulo em um período de menor criatividade dos moradores de rua. A violência  exige maior força da prefeitura e todo o poder do Estado de São Paulo

No seu tempo, o professor que tinha a vassoura como símbolo para varrer a corrupção do Brasil em sua campanha presidencial de 1959; como prefeito de São Paulo por dois mandatos, ele certamente nunca pensou que a imagem de seus milhares de eleitores preferidos, o povão das ruas embrulhado em suas cobertas contra o frio de São Paulo da garoa, teria um dia se transformado num perigo constante para a população de São Paulo e um caos para a segurança pública.

O cidadão que visita São Paulo e caminha pelas ruas se preocupa em olhar para a frente e obviamente com os perigos do trânsito e nunca poderia imaginar ser surpreendido por dois ou três moradores de rua que por detrás de um desavisado lançam suas cobertas e derrubam os incautos para roubarem os seus pertences, principalmente o celular que é a joia da coroa mais visada na capital paulista. 

Muitas vezes não só um simples assalto, e sim mais uma vida é ceifada entre as cobertas protetoras do frio da mais importante capital da América Latina. Em questão de segundos, três ou quatro indivíduos saqueiam uma pessoa, lançando suas cobertas como se fossem redes de pescaria de trabalhadores dos rios e mares de nosso país. 

Conversando com a comerciária Célia do centro da cidade ela argumentou o seguinte: "Daqui pra frente teremos que andar com um espelho servindo de retrovisor para não sermos surpreendidos pela turma do cobertor". Enquanto os paulistanos e turistas estão preocupados com os milhares de transeuntes que cobrem seus corpos com as cobertas mais baratas do mercado, os grã-finos de Brasília acobertam os segredos do 8 de janeiro para mais 100 anos!

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