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Disputa eleitoral pega fogo em Anápolis


 
Carlos Antônio, João Gomes e Alexandre Baldy
Por: Walter Brito

A cidade de Anápolis localiza-se a 50 km de Goiânia e detém o segundo PIB do Estado de Goiás. Com cerca de 250 mil eleitores, a cidade se prepara para assistir um dos maiores embates políticos de sua história. Faltando pouco mais de um ano para a eleição, os anapolinos de nascimento e coração, já estão discutindo nomes de 13 pré-candidatos ao pleito de 2016. Pesquisa do Instituto Directa/CristalPesquisas, realizada nos dias 9, 10 e 11 de setembro, identificou que apesar do grande número de postulantes ao cargo de prefeitos, os principais candidatos são: o representante da Câmara Federal Alexandre Baldy, o representante da Assembléia legislativa, Carlos Antônio (Solidariedade) e o representante do município de Anápolis, o prefeito atual- João Gomes (PT); que opinaram ao final da matéria.Corre por fora, a pré-candidata Onaide Santillo. Na referida pesquisa, o que mais chamou a atenção foi à análise, que fizemos sobre um possível segundo turno, indicado pela pesquisa. Publicamos os cenários de segundo turno e explicamos para o grande público, como se dão os bastidores de uma campanha tão disputada.

A pesquisa em pauta pertence ao grupo que os institutos de pesquisas e especialistas da área chamam de primeira fase. É nesse momento que são feitas sondagens em qualquer lugar do Planeta, variando pouco, a metodologia de país para país. De um modo geral são feitas para que o pré-candidato meça o seu potencial, bem como suas fragilidades e ao mesmo tempo avalie quem pode contribuir para melhorar seu desempenho no jogo eleitoral. Sabemos que a disputa pelo poder se dá de forma muito forte. O ditado popular nos informa que: “ O poder não se entrega, pois é disputado e tomado. “Os 515 anos de poder no Brasil é o exemplo clássico, onde 502 anos foram dominados pelo sistema tradicional e, os últimos 13 anos, pelo Lula e seus aliados. As denúncias de todos os lados no momento trata-se efetivamente da disputa de poder.

De algum tempo para cá, a inteligência das campanhas políticas predominou sobre o poder econômico de alguma forma, o que equilibrou o jogo e permitiu a ascensão de quadros vindos dos segmentos menos favorecidos da população. Portanto, a inteligência de campanha é a grande estratégia e o carro-chefe para quem quer vencer com menos recursos financeiros. O caso do senador da República Antônio Reguffe no DF é clássico em eleições majoritárias. Ele gastou em 2014, R$ 407 mil reais. R$ 0,49 por voto, ou seja: ele obteve 820 576 votos, correspondentes a 56,61%. Os seus concorrentes, o poderoso Gim Argello (PTB), que foi candidato à reeleição e o então deputado federal Geraldo Magela do PT, que quase derrotou Joaquim Roriz para o governo de Brasília em 2002; gastaram juntos cerca de R$ 20 milhões de reais e obtiveram respectivamente: 18,93% ( 271.525 votos) e 18,8% (269.791 votos).

Voltando a primeira fase da campanha, que reflete o momento atual (um ano e 20 dias antes da eleição), quando analisamos os números da pesquisa da Directa/CristalPesquisas, realizada na cidade de Anápolis. Este é sem dúvidas o período em que, os questionários das pesquisas eleitorais são mais complexos e a maioria longos. A idéia é orientar o candidato, indicando os nomes mais importantes para uma coligação forte. No caso da pesquisa em pauta: a disputa promete se acirrar efetivamente entre Carlos Antônio (Solidariedade), Alexandre Baldy (PSDB) e o atual prefeito João Gomes (PT). Refere-se, portanto, a uma eleição de dois turnos. O cruzamento feito pelo Instituto Directa/CristalPesquisas entre os três pré-candidatos, encontrou o seguinte resultado: Carlos Antônio (Solidariedade) 31,30%; Alexandre Baldy (PSDB) -22,20% e João Gomes (PT)- 21.40%. Nulos e brancos ficaram na casa dos 21,40%, enquanto que não sabem – 7,70%. Na simulação de segundo turno entre Carlos Antônio e João Gomes, o resultado foi: Carlos Antônio- 38,10% e João Gomes 29,30%. Nulos e brancos- 23,10% e não sabem- 9,50. Na simulação entre Carlos e Baldy o resultado foi: Carlos Antônio – 38,50% e Alexandre Baldy 26,50%. Nulos e brancos -25,50 e não sabem- 9,50%. Quando a simulação de segundo turno se dá entre João Gomes e Baldy, o resultado é: João Gomes 37,20% e Alexandre Baldy 25,90%. Nulos e brancos 26,30% e não sabem- 10,60%.

Rejeição

No que se refere à Rejeição de todos os pré-candidatos, o resultado foi o seguinte; João Gomes lidera o quesito rejeição com 22,20%. Em seguida aparecem: Onaide Santillo com 14,80%; Alexandre Baldy com 6,80%; José Lima- 4,80; Pedro Canedo- 4,80; Valdelice- 4,50; Ridoval Chiareloto- 3,80%; Carlos Antônio- 3,80% ; Frederico Jaime- 1,70%; Fernando Cunha- 1,40%; Elismar Veiga- 1,10%; Não rejeita ninguém- 0,00%; Rejeita todos- 10,10%; Não sabem- 2,80%.

Principais Problemas da cidade de Anápolis:

Saúde- 33,70%; Segurança- 23,80% e Trânsito- 10,40%, entre outros.
Lideranças que mais influenciam o eleitor em Anápolis: Antônio Gomide 41,80%; Rubens Otoni- 14,60%e Marconi Perillo- 13,20%, Ronaldo Caiado- 5,10%, Iris Rezende- 3,40%, Alexandre Baldy- 2,10%, nenhum- 15.90% e não sabem- 3,90%.

Segunda fase da eleição

Após o período de filiação, inicia-se efetivamente a segunda fase da campanha, quando partimos para questionários mais curtos e objetivos. É o momento da definição das candidaturas. Nesta fase os pré-candidatos sem chances ou por algum outro motivo, se afastam do processo e, muitos deles são aproveitados como cabos eleitorais daqueles que disputarão de fato o pleito. O candidato que permanecer no embate precisa de muita habilidade e cautela para conquistar o ex-adversário. Ou seja, o ex-pré-candidato.

A partir desta fase é fundamental a pesquisa qualitativa, quando serão reunidos grupos de eleitores, dos principais segmentos sociais. É aí que serão conhecidos os prós e os contra, que guiarão a campanha. Trata-se da espinha dorsal da campanha até o seu término. São descobertos por meio de consultas aos eleitores, o complemento dos temas do programa de governo. Esses serão debatidos amplamente, no rádio e na televisão, como também veiculados por meio da mídia impressa e digital.
Fase três da campanha majoritária:

Nesta fase, a pesquisa eleitoral “quali /quanti” precisa ser muito bem elaborada e sob medida para cada dia, pois começa o horário eleitoral, onde o rádio e a televisão comandam o espetáculo. E mais, o candidato tem que monitorar diariamente a opinião pública referente aos programas jogados ao ar. É um momento de verdadeira criatividade e adaptações a cada instante. As tomadas de decisões não podem ser unicamente do candidato, assessores e marqueteiro. Não tem chute e, é tudo medido. O gênio desse momento é a cabeça do povo. A opinião popular é determinante! Trata-se da fase mais sensível da campanha. É trabalhosa, estressante, onde os egos precisam ser administrados.

O caso em tela: Anápolis 2016!

O prefeito e candidato à reeleição João Gomes, bem como o seu governo são razoavelmente bem avaliados pela população. Contudo, na hora H, lhe é negado o voto. Significa que o eleitor quer mudança, tal qual ocorreu em 1998, na campanha vitoriosa de Marconi Perillo. Marconi tinha 2% de intenção de votos e Iris Rezende tinha 80%. Mesmo assim o povo queria mudança, que se manifestava de forma muito forte no quesito rejeição do Iris. A rejeição de Carlos Antônio é pequena em relação aos candidatos competitivos. A tendência natural é que os três principais candidatos: Carlos Antônio, Baldy e João Gomes, cheguem empatados tecnicamente até meados de junho de 2016. É certamente uma eleição de dois turnos. Não acredito que ter mais dinheiro, seja determinante para a vitória. A inteligência de campanha contribuirá muito mais, como também a gestão da campanha.

Os três principais candidatos são bons e, estão na boca do povo por diversas razões: 1) O João Gomes representa os ídolos do eleitorado em Anápolis: Antonio Gomide e Rubens Otoni. 2) Baldy é o símbolo maior da juventude bem nascida e do empresariado que comanda a economia local. Ele tem a cara dos poderosos, teve um bom desempenho como secretário do governo Perillo e de alguma forma representa alternância no poder, dominado nos últimos anos pelo PT. 3) Carlos Antônio tem a cara do povo e é a voz mais ouvida na cidade por meio de seu famoso programa no rádio. O seu jeito simples conquistou a população de baixa renda e com pouca escolaridade. Um grupo pequeno, mais consistente de formadores de opinião, com boa escolaridade e, avesso ao PT e sem afinidades com o Baldy; tende a entrar pra valer na campanha de Carlos Antônio. Trata-se de uma nova classe média, que já sofreu muito e tem o candidato do Solidariedade, como o nome certo para enfrentar os poderosos de Anápolis. É uma típica luta de classes, onde os poderosos não admitem que um simples radialista possa administrar a segunda economia do estado de Goiás. A reportagem do Diário da Manhã ouviu Baldy , Carlos Antônio e o prefeito João Gomes, que avaliaram a pesquisa da Directa/CristalPesquisas.

Alexandre Baldy e Carlos Antônio avaliam um possível segundo turno em Anápolis:
Questionado pela reportagem sobre os números da pesquisa, o deputado federal Alexandre Baldy, gentilmente respondeu: " Fico bastante feliz em ter sido lembrado por significativa parcela dos eleitores anapolinos para disputar a prefeitura de Anápolis, mesmo sem que tenha feito qualquer movimentação no sentido de entrar nessa disputa. O momento político e econômico em que o país se encontra está demandando muitos esforços e minha dedicação plena para que o caos não se estabeleça de vez.

O PT, partido do atual prefeito de Anápolis, está destruindo nossa economia e acabando com qualquer chance de dar a volta por cima nessa crise que se instalou, com desemprego, inflação e cada vez mais impostos. Estão jogando as contas do rombo para o cidadão e o buraco nunca tem fim.

Ao meu ver, nem Anápolis e nem o Brasil podem continuar comandados pelo PT.
A alta rejeição de João Gomes mostra que o anapolino está insatisfeito, que o povo brasileiro está insatisfeito. Ninguém mais tolera a incompetência do PT”, disse Baldy.
O deputado estadual Carlos Antônio, disse o seguinte sobre a pesquisa, que o coloca em primeiro lugar nos cenários para um possível segundo turno em Anápolis: “Eu entendo que Anápolis tem um povo politizado e que sabe diferenciar o que é bom e o que é ruim. Os números da pesquisa da Directa/CristalPesquisas estão refletindo isso. Fico feliz em saber que a minha penetração nas classes menos favorecidas da cidade melhorou, no momento em que se aproxima a disputa para a prefeitura de Anápolis. Isto deve-se ao trabalho social que desenvolvo na cidade. A pesquisa identificou também o apoio ao meu nome de parte do empresariado e da classe média com nível superior. Entendo que os referidos segmentos perceberam no desempenho de meu mandato, como deputado estadual representando Anápolis, a qualidade que tenho também como gestor. O caminho é longo e, caso eu venha ser indicado pelo meu partido, o Solidariedade, para disputar a eleição de prefeito no próximo ano, eu não titubearei e direi sim ao povo de Anápolis”, arrematou.

O prefeito de Anápolis Antônio Gomes, também respondeu a nossa solicitação. Veja o que ele falou: 
“Acredito que o momento é o de trabalhar pela cidade como estamos fazendo desde que assumimos nosso mandato. Não podemos agora pensar em pesquisas ou mesmo qualquer debate eleitoral tirando o foco das nossas ações. Seria um desrespeito com o cidadão anapolino. Agora, tanto o prefeito quanto os deputados ou quaisquer outros políticos e postulantes devem estar dedicados em suas atividades em prol do desenvolvimento da nossa cidade. Neste momento, por exemplo, estamos concentrados para o lançamento das obras de mobilidade de Anápolis, o maior investimento já feito no município superando a marca de R$ 75 milhões. Quando o período correto chegar, o anapolino usará as urnas para avaliar nosso trabalho e os demais projetos. E então será mais apropriada qualquer análise sobre o processo eleitoral”, concluiu João Gomes.

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